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Lua em Adverso - A lenda

  • Audrei Marsan
  • 28 de out. de 2015
  • 10 min de leitura

PERSONAGENS:

Erhos, Luara e Selton

AMBIENTE:

Metrópole – Estação de Metrô – Plataforma


1ª FASE: NOVA

Na plataforma, as pessoas caminham de um lado ao outro e, ao centro, Erhos está sentado em um banco. Entram Selton e Luara, um de cada lado.

ERHOS (embriagado): Hum... Sinto a presença de algo diferente no ar! Até que enfim, não aguentava mais esta rotina... Bem... Algo diferente... Novo ou talvez muito antigo, mas potente e forte como... O amor! Ah... Isto alegrou o meu dia! (Abre a sua mala, pega uma moeda e coloca na plataforma. Pega uma rosa, põe ao lado de uma senhora e por último bebe um gole de cachaça). É... O último gole... Agora, não posso mais beber... Isto! Vejam bem... Será que é amor?! Ah... O amor e outras lendas... Surgem assim, de repente, em nosso dia a dia, ou estão sempre presentes, mas, às vezes, passam despercebidos ou são esquecidos, assim como as folhas de outono.


Ele abre o jornal. Luara parece perdida. Selton atravessa e aguarda a sua vez de embarcar! Após um metrô e outro, ele entra no vagão praticamente empurrado. Erhos coloca um chapéu e entra logo em seguida, Luara por último. Selton vê Luara entrar. Ela também o observa. Os olhares se esbarram... Cruzam... Brilham! Descruzam-se, envergonhados. Selton fica rubro. Luara pálida. Ambos tentam disfarçar! Erhos está entre eles.


SELTON: Por favor, que horas são?

ERHOS (embriagado): É... 4 horas da tarde! Não... É... Não... São 17 horas... Isto! 17!!

SELTON: Obrigado!

ERHOS: Ao seu dispor, imponente senhor! (Diz para si): Eu não posso atrapalhar!

LUARA: Que vento! (Veste uma blusa gelo opaca).

ERHOS: É a brisa da tarde, bela musa inspiradora!

ERHOS (diz para si): Ai... Eu não posso atrapalhar!


Ambos estranham o homem, mas estão fascinados um pelo outro! Selton, antes de sair, observa novamente Luara. Ela o segue com os olhos. Reflexo do momento no vidro. Selton sente calor e sacode a gola da camisa! Luara sente calafrios.


ERHOS (sai, tira o chapéu e observa o reflexo): Bela moça de cabelos longos e negros – pele alva: boca vermelha! Hummm... Ele bronzeado, alto, cabelos dourados... (Pensativo) Ela pálida: olhos profundos e cintilantes, ele potente, vibrante e rubro! Um olhar bastou para despertar em ambos substâncias e sentimentos! Será que a ciência explica isto? (Erhos senta no banco e começa a trocar de roupa).



2ª FASE: CRESCENTE

Passam diversos metrôs, assim como o tempo... Erhos sempre no banco.

Às vezes, Selton entra no palco e sai, às vezes, Luara; e as cenas se repetem apressadas. Sempre sozinhos em meio à multidão, iluminando o caos. Nenhum encontro próximo. Cada dia uma cena: uma circunstância!

ERHOS (lê uma notícia): Metrópole é assim, repleta de correrias, buzinas, sirenes, apitos, celulares, notícias... E lá, distante, ouve-se o canto do galo esquecido, as badaladas do sino enferrujado e a delicada alegria dos pássaros com a chegada da tão esperada água! Sem local específico e a cada instante, ocorrem assaltos, espancamentos, estupros e tantos outros tipos de violência, do qual não se sabe. Ninguém está imune às perturbações humanas, no entanto, entre tanta brutalidade, percebe-se toques de afeto... Fragilidades... Gentilezas e Esperanças. Desencontros e Encontros...


Selton, na plataforma, observa o relógio, a multidão e entra rapidamente no vagão e avista Luara no canto. Erhos entra em seguida.

SELTON (tenta se aproximar de Luara, sente muito calor): Calor, não é?

ERHOS SENHOR: É... Esquentou um pouco aqui!

LUARA (observa, desliza os dedos pelos cabelos, desvia o olhar, observa novamente, empalidece: calafrios): Com licença, por favor. (Tenta se aproximar de Selton, Erhos entra na frente e o celular dela toca).

LUARA (atende): Alô? Oi... Sim... É Luara! Ah... Tudo bem, sim! Pode falar. Sei... (Ouve um tempo). Alô? Alô? O sinal está ruim! Não estou ouvindo! Agora sim... (Ouve). Cortou.. Diga novamente?! Ah... Tudo bem... Já estou a caminho, sim. Isto... (Selton percebe que já chegou à estação. Olha para Luara ao telefone, sorri e sai).

LUARA (no telefone): Obrigada! Até daqui a pouco! (Luara o observa).

SELTON (na plataforma, diz para si): L u a r a...

ERHOS SENHOR (saindo): Está tudo bem?

SELTON: Ah... Sim!! Tudo bem! Obrigado!

ERHOS: Sim! Amor à primeira vista!!! Todos nós estamos certos disto, não? É... E algo crescente surge entre nós...


3ª FASE: CHEIA

LUARA (aparece na plataforma, olha para o relógio e observa o céu): 19h. Acho que passou da hora!! Que pena... (Plataforma mais tranquila. O metrô chega, ela entra e, sem perceber, deixa cair um cartão).

SELTON (chega à plataforma, a porta se fecha e ele vê Luara no vagão): Oi!! (Faz movimento com a mão para ela; admirado: fica rubro).

LUARA (observa Selton, levanta-se e sem perceber esquece o celular no banco. Ela pensa em descer do vagão, mas entra uma grávida e a porta se fecha): Oi!! (Sorri para ele, mas o metrô segue): Que pena! Eu poderia voltar... Será que dará certo? Não, eu não posso voltar... Acho que não...

ERHOS GRÁVIDA: Oi? Falou comigo?

LUARA: Não... Ah... Sim... Sente-se ali! (Olhando para a janela - pálida).

ERHOS GRÁVIDA: Obrigada! (Senta, sem perceber o celular e passa a mão na barriga). Hoje é dia de Lua Cheia! É... E o mar está bem agitado!!

LUARA (pensativa): Ah, sim! (Observa o metrô se distanciando).

SELTON (na plataforma, vê o cartão e o pega): Luara... Só pode ser ela... Especialista em Astronomia... Hum... É ela! ELA! Número de celular... Ligo e peço para ela voltar, não, isto não pode, peço para ela me esperar! Isto! Perfeito! (Pega o celular, liga e tenta novamente). Celular fora de área (Tenta mais algumas vezes, sem sucesso). Raios! (Furioso) Daqui a pouco, eu tento novamente.


4ª FASE: MINGUANTE

Selton caminha entre os camelôs e observa as barracas, quando inesperadamente, Erhos Cara passa apressado e esbarra nele.

ERHOS CARA: Foi mal! Desculpa ae! (Sai, sem perceber que a maleta de Selton se abriu. A carteira cai no chão e alguns papeis da mala se espalham. Alguém passa, pega a carteira e sai correndo).

SELTON (furioso): Ladrão! Pega ladrão! Pega!

Pessoas se aglomeram, gritam e ajudam a pegar os papeis. Policiais chegam. Aparece Erhos Jornalista. Luara está a caminho observa uma aglomeração e fica curiosa.

LUARA: Que estranho! O que será que está acontecendo? Bem... Preciso ir! Não posso parar! (Observa o céu) Minguante! Será que eu deveria ter parado?! Um pressentimento estranho! Será?! (Na estação, ela espera um pouco, mas novamente tem uma frustação e segue).

ERHOS JORNALISTA (na entrada da estação): Então... Podemos?

SELTON: A entrevista? Sim... Claro! Podemos!



5ª FASE: NOVA

Luara surge com novo corte de cabelo, observa o relógio da estação, olha para os lados, confere cada canto e rosto na plataforma.

LUARA: 16h30! Está cedo!!

ERHOS ENTREGADOR: Moça, aceita um jornal?

LUARA: Jornal ESTAÇÃO! Ah... Sim!! Obrigada! Vamos ver se tem algo interessante! (Lê a manchete) “Homem é assaltado em frente à estação! O Engenheiro Ambiental, Selton...” É ele!! ELE! Só pode... (Abre bem o jornal e se fixa na leitura).

Selton chega à plataforma, observa bem, olha as faces e o relógio!

SELTON: Hoje, eu não posso esperar muito, tenho de terminar o trabalho perdido!

ERHOS ENTREGADOR: Pois não?

SELTON: Não é nada não! Obrigado!

ERHOS ENTREGADOR: Hoje é dia de Lua Nova, hein senhor?!

SELTON: É?! (Pega o jornal, olha novamente ao redor e entra no vagão, observa lá fora, acha que é Luara lendo o jornal, vai até a porta, mas ela se fecha e ele furioso a observa). Cabelo diferente: novo corte, mas é ela!!

LUARA (fecha o jornal, inquieta e desconfiada, diz para si): S e l t o n... Selton...

(Sente arrepios ao descobrir o nome dele, rasga a foto do jornal e guarda na bolsa).


6ª FASE: CRESCENTE

Luara caminha entre as barracas de hippies e observa um brilhante colar.

ERHOS VENDEDORA: Vai o colar, moça?

LUARA (coloca-o e observa no espelho): Lindo! Vou levar! Quanto?

ERHOS VENDEDORA: Faço 70 pra você, lindinha!

LUARA (no reflexo, vê Selton). Lindo! (Olha para trás, o avista mais a frente e corre em direção).

ERHOS VENDEDORA: Moça! Moça! (GRITA) MOÇA, O COLAR!

LUARA (coloca a mão no pescoço): Raios!!!! (Para, volta, abre a bolsa e vai pegando o dinheiro).

LUARA: Olhe o dinheiro, Desculpa moça! Preciso ir! Obrigada!

ERHOS VENDEDORA: Moça, o seu troco!

Luara pega e corre em direção à estação, com o dinheiro na mão!

ERHOS MENINO (para na frente dela): Tia, me dá um trocado?! Tô com muita fome!

LUARA (percebe algo familiar e o observa, ele está descalço e pálido): Parece que te conheço... Que estranho...

ERHOS MENINO: Vai, tia, só um trocado! Tô com fome!

LUARA (observa, abre a bolsa, pega um lanche e o entrega): Pegue!

ERHOS MENINO Valeu, tia! Dá o trocado também, vai?!

Luara entrega, olha o relógio e segue à estação!

LUARA (na plataforma): Acho que já se foi! Ahhhh... Nunca dá certo! De repente, os problemas crescem!!

SELTON (dentro do vagão, olha a janela, irritado): Nada, hoje!!

ERHOS (filosofando na plataforma): É... Metrópole ferve e borbulha de casos e acasos, encontros e desencontros. Entre olhares, a distância, entre papéis, comida, entre dinheiro, orações, entre migalhas, o desperdício... Entre a morte, um eu te amo tardio! Num simples piscar, muitas coisas acontecem. No entanto, entre tantos "poréns", a urbanidade continua em seu passo sincronizado, cheia de desejos, esperanças, lembranças e saudades. Ela não pode parar, afinal, na Metrópole, o dia emenda com a noite e PARECE não ter fim...


7ª FASE: CHEIA

Luara atravessa falando ao celular e Selton, do outro lado, também (ambos ao mesmo tempo):

LUARA: Sim... Já te falei isto! Já faz tempo que a gente se vê, sim... De longe, às vezes perto, no mesmo vagão, na estação, sim... Mas nunca dá certo! Não, não consigo falar com ele. Já... Sim... Sonhei várias vezes que era ELE! Acredito que seja ELE! Sim... Claro que já... Já procurei no Face, Linkedin... Nada!! Só achei no Google o que já sabia... É... Nome, profissão... Isto... Mais nada... Telefone?! Só antigo... É sei... Sim... Pode ser... Ele sempre mexe comigo: ilumina e aquece o meu ser! Tá bom... Sei...

SELTON: Sim... Já te falei isto! Já faz tempo que a gente se vê, sim... De longe, às vezes perto, no mesmo vagão, na estação, sim... Mas nunca dá certo! Não, não consigo falar com ela. Já... Sim... Sonhei várias vezes que era ELA! Acredito que seja ELA! Sim... Claro que já... Já procurei no Face, Linkedin... Nada!! Só achei no Google o que já sabia... É... Nome, profissão... Isto... Mais nada... Telefone?! Só aquele antigo... É... Aquele sem sinal!! Sei... Sim... Pode ser... Ela sempre mexe comigo: acalma e inspira o meu ser! Tá bom... Sei...



8ª FASE: MINGUANTE

Na plataforma, Erhos pega um jornal esquecido no banco e o abre.

ERHOS: Em breve, DIA DE ECLIPSE SOLAR TOTAL! Fato raríssimo! Hum... Vamos ver... Interessante!

Selton e Luara passam próximos um do outro e entram em vagões diferentes.

ERHOS (fecha o jornal e olha para os lados): É... A maré tá baixa... Muito baixa! E algo minguou, hoje! Fazer o quê, não é?!


9ª FASE: NOVA

Luara chega mais cedo à estação, dia de evento no trabalho, está belíssima em um vestido cinza. Selton ajeita a gola da camisa, cor de fogo. Ambos na plataforma. Ela passa batom e ajeita o cabelo. Ele mexe no celular. Eles entram em vagões diferentes. Na estação, Selton sai e passa pelo vagão de Luara, ela o avista passar.

LUARA: Selton... Vou atrás... Aiii: o evento... Não posso, mas poderia ir... (Observa o relógio) Não, não posso... Sim... Posso, um pouco, mas.. Não, eu não irei... (Quando a porta está se fechando, ela põe a mão e sai. Olha ao redor e avista Selton nas escadas. Vai em direção. Ele sobe feito um raio. Sai pela catraca. Ela o segue, mas quando sai da catraca o perde de vista).


ERHOS MULHER (provocante): Oi... Tem fogo, moço?

SELTON: Oi.. Como?

ERHOS MULHER (sensual): Fogo? (Ri) Isqueiro? Fósforo?

SELTON: Ah sim... Claro! (Acende o cigarro para ela).

ERHOS MULHER (provocante e sensual): Tá ficando escuro, né?? Acho que é esse tal de eclipse que tão falando por aí... Eu não gosto de ficar no escuro, sozinha... Sabe?

SELTON (observa o céu e quando olha, um pouco mais longe, avista Luara): Luara! Preciso ir... (Ele observa o céu escurecendo. Erhos Mulher sai de fininho e Selton olha Luara. Depois chama) LUARA...

Ela avista Selton. Eles se observam, olham o céu e seguem, vagarosamente, em direção ao outro.

ERHOS (sentado no proscênio, lê a notícia): Raios de sol e encantos da lua enfim se fundirão, numa junção de nuances, tons, tonalidades...

Quando eles chegam quase próximos: jogo de luz... Uma sombra se forma em Selton. Raios iluminam a silhueta de Luara... Eles se reconhecem, corpos ainda distantes... Os dedos se tocam...

SELTON: Prazer... S..

LUARA (interrompendo): Selton... (Ele sorri). Muito prazer, Lu...

SELTON: Luara. (Ela sorri). Você me surpreendeu, não pensei que viria até aqui! Atrás de mim... (Terno) E agora... Cá está a “DAMA DA NOITE”!

LUARA (sorri): Cá estou: em carne e osso... Você insinuou que era interessante... Eu resolvi experimentar... Enfim, HUMANA! (Tocam as mãos – sentem a energia).

SELTON: Por que você não me contou que viria aqui? Assim?

LUARA: Como... Especialista em Astronomia?! (Pausa) O Engenheiro Ambiental não desconfiou? Em nenhum momento? Hein? Que era EU? (Insinua, irônica) Então... Você Iria me trair?

SELTON: Eu não! Você que iria... E se não fosse EU? Hein?! Mulher de fases?!

LUARA: E os olhares? E a pele rubra?

SELTON: Sou homem agora! (Brinca) Tenho dessas coisas... (Carinhoso) Na verdade... Eu desconfiava e sentia que era você! (Pausa) Senti muito a tua falta... Saudades... Minha Lua!! (Toca em seus braços, rosto e cabelos).

LUARA (terna e sensual): Eu sinto sempre a tua, Meu Sol! Sinto a tua falta constante... De seus raios me envolvendo: enlaçando-me. Queria ter a tua presença assim... Ao meu lado... Todos os dias e noites...

Os corpos enfim se juntam, eles se abraçam e as emoções explodem. Eles se beijam calorosamente.

ERHOS (terminando a notícia): Então, enfim... O ÁPICE: ECLIPSE... BLACKOUT!

As luzes se apagam. Raio penumbral em Erhos.

ERHOS: Pois é... E agora? Estamos no escuro... E pela minhas contas, faltam alguns minutinhos para o eclipse acabar... Vejam bem... Talvez... Momento propício para filosofar alguns versos... Astros necessários que se completam. Enamorados solitários distantes um do outro. Cada um, num movimento rotineiro, equilibrando a noite e o dia, num constante e essencial ciclo vital. LUA e SOL, amantes apaixonados, destinados em espaços paralelos de um único e complexo universo, que foram separados pela órbita e essência da vida! Pronto! Assim finalizo, talvez, um pouco diferente das lendas que estão perdidas por aí... (Pausa) Bem... Enrolei bastante e ainda faltam 10 segundos... 9... 8... 7... 6...

A luz vai se acendendo aos poucos...

LUARA (ajeita o vestido e já se afasta um pouco): O nosso tempo está acabando... Você sabe... Precisamos ir...

SELTON: Eu sei... Sempre tão rápido... E se não fossemos? E se ficássemos desta vez?

LUARA: Como seria?

SELTON: Seria perfeito!

LUARA: Seria perfeito! (Entristece) Seria assim só para nós... Só! E o resto?

SELTON: Só desta vez? Um tempo maior... Algumas horas... Vamos?! E se fugíssemos?

LUARA: Poderíamos juntos conhecer todo o universo! Um ao lado do outro e sempre! Nos olhando, nos tocando, nos sentindo... (Pausa) Mas... Eu não posso, não consigo... Desculpe-me... Tenho de ir...

SELTON: Fique!

LUARA: Eu não consigo...

Eles se despedem e seguem vagarosamente em direções opostas, olhando em direção ao outro.


SELTON: E a próxima? Como será?

LUARA (fala alto): O que você disse? (ECO) O que você disse?

SELTON (diz baixo): Raios... (GRITA) EU TE AMO! (Ele escuta o próprio eco) EU TE AMO!

LUARA: EU TE AMO! (Ela escuta o próprio eco) EU TE AMO!


ERHOS (saindo): E como e quando será o próximo eclipse? Eu espero que não demore tanto... (Fecha o jornal, põe embaixo do braço, abre a mala, pega a cachaça e bebe afoito). Agora, só me resta... Esperar... (Sai bebendo e cantarolando).



 
 
 

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