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Ópera dos Renegados

  • Ian Boato
  • 10 de jun. de 2015
  • 1 min de leitura

Entra uma mulher vestida de negro com pequenas pedras reluzentes na roupa. Em mãos carrega um punhal de prata. A filha está deitada e se levanta aos poucos.

Filha: Mãe, vieste me buscar? Que tens mãe? Porque me olha desta forma? Está me assustando mãe!

Mãe: Você se acha muito esperta não é? Acha que pode me chamar de mãe?

Filha: Mas mãe o que...(Interrompe).

Mãe: (aos berros) CALADA!!! FALSA MENTIROSA!!!

Você desgraçou nossos laços, por um homem de pele escura?

(Entrega a filha o punhal)

A vingança do inferno arde no meu coração.

Morte e desespero queimam em torno de mim.

MORTE E DESESPERO.

Ordeno que mate este verme castrado! E se por tuas mãos ele não sentir as dores da morte, terei de lhe dar outro castigo!

Se não o matar, então nunca mais será minha filha.

Nunca mais será minha filha.

NUNCA MAIS SERÁ MINHA FILHA.

Será renegada para sempre

Será abandonada para sempre

Será amaldiçoada para sempre

Para sempre serão rompidos, todos os nossos vínculos naturais.

Ofendidos! Rompidos! Destruídos! Massacrados!

Todos os vínculos!

Mas se você não o matar...

Se não matar por suas mãos, se por acaso ele não encontrar a morte...

EU A RENEGAREI!

Ouçam! Ouçam, Ouçam!

Deuses da vingança.

Ouçam um juramento de uma mãe!

Você tem o aviso!

Meu coração sangra ao saber do seu feito.

Que morra!!

Vá e me traga o coração dele.

Quero ver suas mãos sujas de sangue e mais sangue.

Vá eu lhe ordeno!


 
 
 

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