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Auto-berro vindo de um terceiro olhar

  • Felipe Scalzaretto
  • 6 de mai. de 2015
  • 1 min de leitura

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O homem-bode está morto. Morto e enterrado, como o cadáver da montanha. Ele é apenas uma nota dissonante, um rosto que encara os próprios olhos. O homem-bode berra, não é música, é lamento, é grito, é berro, berro, berro. É perdição, foi passado, e não enxerga futuro. O presente não é dádiva, é morte contrariada, resistente a mais uma pá de terra jogada sobre um corpo que rebate, bate e debate. Late cão maldito, diz a voz do macho, você só pode isso. Menos que isso. E apenas isso. Isso não é real. Não existe e não cabe na tela mágica. O homem-bode continua o berro, abafado por mais uma pá de terra.

Inspirado pelo trabalho do fotógrafo Rodrigo Braga, Comunhão 1, de 2006.


 
 
 

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