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Autorretrato

  • Daniel Metrius
  • 26 de abr. de 2015
  • 2 min de leitura

Sarah – Doutor M, era isso? Lembro eu da primeira vez que tive de alguém a inspiração necessária para desafiar as minhas raízes, e permitir-me ser uma mulher livre de obrigações de casamento com alguém. Ainda mais com o primeiro homem que viesse me deflorar. Arrasar os meus galhos e escoar todos os seus gozos de macho em um ralo chamado BUCETA. Se for para ser ralo, quero mais ser o mictório público de uma estação de Auschwitz. Isso só para os canalhas que impuseram esta condição moral em meu corpo copa... Vê-los tombar nas trincheiras por eles mesmos cavadas fará o

meu coração vibrar. Quero ver os homens desta família morrerem como cães na câmara de gás. Será que terei esta sorte? Antes que minha mãe surja feito um fantasma, sou eu que vou assustá-la.


“Ela se fere com a cadeira em sangue vindo da genitália, o vestido que antes era branco é todo rubro e jorrante”.


Sarah - Vai casar-me com a cadeira?


Tereza – Sua puta, como estará o lençol bandeira na cara dos vizinhos quando repararem o não derramamento deste choro de útero? Como vai provar o seu valor na lua de núpcias? Só nos cabe tirá-la daqui da cidade por motivo de vergonha e desonra.


Sarah – Não serei de um homem, e nem de outrem, minha mãe. Quero ser uma puta. Não estou aqui para agradar compadres e parentes. Estou para quem possa me dar o mundo, e não escondê-lo de mim.


Tereza – Saia daqui meretriz... e leve esta cadeira que te deformou a genitália, sua devassa!


Terceiro exercício – Auto retrato em primeira pessoa acompanhando o personagem de Mauro.



 
 
 

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